segunda-feira, 20 de julho de 2015

[MUNDO SOBRENATURAL] Lilith

Lilith por John Collier
Lilith é descrita como um demônio feminino da Babilônia, ou uma Deusa vinculada a ventos e tempestades na antiga Mesopotâmia, e vem sendo cultuada dentro da Alta Magia, como a Deusa que rege a ponta da Pirâmide.

Na Bíblia
No Livro de Gênesis capítulo 1, versículos 27 à 29, está escrito:
"27 - E Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, o criou à imagem de Deus, criou homem e mulher.
"28 - E Deus os abençoou, e lhes disse: Frutificai-vos e multiplicai-vos, e enchei a Terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a Terra."
"29 - E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dê semente, que está sobre a face de toda Terra; e toda árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-à para mantimento."
Porém no capítulo 2, versículo 18, está escrito: "E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só, darei-lhe uma ajudadora." E só no versículo 22 Eva é criada: "E da costela que Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a à Adão."
Com base nos versículos do capítulo 1 e 2, destacados acima, entende-se que fora criada uma mulher antes de Eva, que seria Lilith, porém esta não fora reconhecida como mulher ou suficiente à Adão e acabou sendo omitida dai em diante. No versículo 23 do capítulo 2, pode ser notado que Eva fora considerada suficiente à Adão: "E disse Adão: Esta sim, é osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, pois foi feita do homem." Entende-se então, com "Esta sim" (ou, em outras traduções "Esta agora") que a nova criação era "merecedora" de ser mulher de Adão, pois não era uma igual e sim um "subproduto" dele, submissa à ele.

Vale ressaltar que as afirmações acima podem não se sustentar, pois na leitura dos capítulos 1 e 2 de Gênesis, podemos notar que alguns versículos do capítulo 2 se referem à versículos do capítulo 1, além de inconsistências na narrativa. 

Alfabeto de Ben-Sira
No folclore popular Hebreu medieval, Lilith é tida como a primeira mulher criada por Deus junto a Adão, que o abandonou, deixando o Éden por conta de uma disputa por igualdade entre sexos, onde passou a ser descrita como um demônio.
No Alfabeto de Ben-Sira (entre 600 e 1000 d.C.), Lilith foi criada com a mesma matéria prima usada na criação de Adão, por isso ela se recusava a "ficar sempre por baixo, durante as relações sexuais", já que eram iguais. Lilith passou a ser idealizada popularmente como a primeira feminista na modernidade, por ter sido a primeira mulher a se rebelar contra o sistema patriarcal.
"Segundo este manuscrito milenar, Ben Sira conta a história de Lilith para Nabucodonosor: Depois que Deus criou Adão, que estava sozinho, Ele então criou a mulher para Adão, da terra, como Ele havia criado o próprio Adão, e chamou-a de Lilith. Adão e Lilith imediatamente começaram a brigar.
Lilith disse: 'Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.'
Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou: 'Eu não vou me deitar abaixo de você, apenas por cima. Pois você está apta apenas para estar na posição inferior, enquanto eu sou um ser superior.'
Lilith respondeu: 'Nós somos iguais um ao outro, considerando que ambos fomos criados a partir da terra'. Mas eles não deram ouvidos um ao outro. Quando Lilith percebeu isso, ela pronunciou o Nome Inefável e voou para o ar. Adão permaneceu em oração diante do seu Criador: 'Soberano do universo! A mulher que você me deu fugiu!'. Ao mesmo tempo Deus enviou três anjos para trazê-la de volta: 'Se ela voltar, tudo bem. Se não, será condenada a ver 100 de seus filhos morrerem todos os dias'. Os três anjos perseguiram Lilith, que havia ultrapassado o meio do mar, nas águas impetuosas em que os Egípcios foram destinados a se afogar. Disseram-lhe a palavra de Deus, mas Lilith se recusou a voltar, então ameaçaram afoga-la. 
Lilith respondeu: 'Deixem-me! Eu fui criada apenas para trazer doença às crianças. Se a criança for homem, terei domínio sobre ela 8 dias após seu nascimento, e se for mulher, terei domínio em 20 dias.'
Após ouvirem suas palavras, os anjos insistiram que ela voltasse, porém ela se recusou a voltar, mas jurou em nome do eterno Deus: 'Onde quer que os veja, ou a seus nomes, ou a suas formas em um amuleto, eu não terei poder sobre as crianças.' Assim, Lilith aceitou ser condenada por Deus a perder 100 filhos por dia. E desde então, para proteger os recém-nascidos da influência de Lilith, os camponeses passaram a por amuletos nas crianças com o nome dos 3 anjos (Snvi, Snsvi, e Smnglof), lembrando-a de sua promessa.
Outra interpretação diz que Lilith juntou-se aos anjos caídos quando se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith tentou a Adão, os fazendo cometer adultério. Desde então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então passou a perseguir os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar. Outras histórias referem-se a ela como surgida das trevas ou como um demônio do mar e não como igual ao homem.
Infere-se pelos textos e por amuletos medievais que ela era uma superstição comum entre os camponeses. Deixar esculturas dos 3 anjos que a perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e Samangelaf, protegeria os bebês recém-nascidos (uma proteção necessária por 8 dias para homens e 20 dias para mulheres) e impediria que seus maridos fossem seduzidos por Lilith."
Na Mitologia
Tanto na mitologia Mesopotâmica e Suméria, Lilith é vista como um demônio ou espírito feminino associado a ventos e tempestades. 
Já na mitologia Hebraica é tica como o demônio que dá à luz a 100 outros demônios por dia, sendo estes Íncubos (quando homems) e Súcubos (quando mulheres) ou Lilims; seus filhos seriam capazes de manipular os sonhos e quando um homem era atacado por um Súcubo, dificilmente saia com vida. Segundo relatos católicos medievais, os atacados sentiam um aperto no peito esmagador, forma de vingança por Lilith ter sido submetida a ficar por baixo durante suas relações com Adão, além de sua habilidade de cortar o pênis com a vagina. Sendo simbolo de empoderamento feminino e castração masculina. Acredita-se, também, que há relação entre Lilith e Inanna, Deusa Suméria da guerra e do prazer sexual. 
Na mitologia Grega, às vezes, é associada à Deusa Hécate: A Mulher Escarlate, uma Deusa que guarda os Portões do Inferno, que monta um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Assim como Lilith, Hécate representa a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem.
Hoje em dia
Lilith (Katherine Boecher), Supernatural.
Na era contemporânea os escritores passaram a se prender mais à sensualidade sedutora de Lilith e às suas características incomuns, contrastando à sua imagem demoníaca e noturna, devoradora de bebês, e ceifadora de almas masculinas. Também passou a ser associada à luxuria, tornando-se simbolo de vaidade. O que nos lembra muito a Lilith apresentada em Supernatural.

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